As relações humanas mudaram e muitos padrões que seguíamos no passado já não servem mais, principalmente no que diz respeito a educação dos nossos filhos. Dessa forma, vamos abordar neste artigo algumas considerações importantes sobre como delegar tarefas para o seu filho sem ser autoritária.

AS RELACÕES ENTRE PAIS E FILHOS

Hoje em dia as relações interpessoais entre pais e filhos se tornaram mais difíceis, pois, o saber ouvir é pouco desenvolvido e, com isso, percebemos que estamos convivendo com crianças mais individualistas, que não gostam de compartilhar e tampouco demostram empatia em suas relações.

A escuta é fundamental para que haja compreensão sobre as atitudes e valores que os pais desejam transmitir aos seus filhos. O ideal é que os pais sempre se posicionem à altura das crianças para ouvi-las, estabelecendo assim uma conexão, estabelecendo regras e disciplina, através de muito diálogo e paciência.

Aprender através dos erros pode transformar as relações, assim como entender o momento de pedir desculpas e restabelecer laços uns com os outros.

Por isso, é importante que os pais sejam presentes e se dirijam aos seus filhos de forma tranquila, sem nervosismo ou voz alterada em um momento de birra ou questionamento, por exemplo. Assim, será possível entender como delegar tarefas para o seu filho sem ser autoritária.

Os pais são peças chave no desenvolvimento da primeira infância. É nesse período que as normas precisam ser bem definidas, optando pelo que realmente vale e pena, evitando conflitos desnecessários.

É essencial que haja um fortalecimento emocional entre pais e filhos para uma melhor compreensão sobre o momento certo em cada situação, sem que haja exclusão ou negação, ou seja, as crianças precisam lidar com os seus sentimentos para serem felizes.

MINHA EXPERIÊNCIA – Como delegar tarefas para o seu filho sem ser autoritária

Aqui em casa, temos alguns combinados com a Anna Clara (9 anos) e o Davi (8 anos), que nem sempre são respeitados, porém, sempre com muito diálogo e repetindo as solicitações por diversas vezes em alguns momentos, conseguimos acolher o sentimento de cada um e entrar em um acordo sobre o que precisa ser feito. Mas então, vem o questionamento, como delegar tarefas para o seu filho sem ser autoritária ?

A parte mais difícil nesse processo, para mim, são as questões relacionadas a tecnologia. Eu e meu marido decidimos que as crianças não terão aparelho celular, pelo menos até os 11 anos de idade, porém, seus primos com menos idade, além de alguns colegas na escola já possuem os seus aparelhos, o que traz alguns questionamentos por vezes difíceis de serem compreendidos.

Mas, sentimos que eles já entenderam a nossa postura em relação a isso e por mais que em alguns momentos questionem, sabem que no tempo certo terão a oportunidade de possuir os seus aparelhos.

Nesse sentido, entendemos também a importância sobre a criança falar e questionar, para adquirir a capacidade de lidar com a frustração sem perder, é claro, o afeto ao desagradá-los.

Quando mantemos uma relação afetiva de boa qualidade, o efeito no presente e no futuro é positivo, pois assim, teremos cidadãos que consigam lidar com os seus próprios problemas.

MAS, COMO CONSTRUIR RELAÇÕES SAUDÁVEIS?

A criança deve se sentir acolhida pelos seus pais ou cuidadores que precisam transmitir confiança, amor e segurança a elas. Através das regras estabelecidas, saberão o que é certo ou errado e por consequência, entenderão que podem sofrer punições caso não cumpram as regras estabelecidas.

Por outro lado, os pais precisam ser coerentes com as regras para que não sejam alteradas ao modificadas a qualquer momento, dificultando assim, a compreensão dos limites adotados. Vale lembrar que as regras devem ser estabelecidas com antecedência e não no momento que a criança faça algo errado.

Em se tratando dos estudos, o ideal é criar rotinas que estimulem a aprendizagem. Para compreender melhor sobre esse assunto, leia o artigo em nosso Blog: Rotina escolar não é apenas sobre aprendizagem, mas também sobre qualidade de vida na família.

E para melhor desenvolver todo esse aprendizado de forma leve e prazerosa, conte com o Apoio Pedagógico da Academia do Aprender, onde o seu filho poderá desenvolver todo o seu potencial de forma individualizada trazendo uma maior tranquilidade para toda a família.

Outro fator importante sobre as relações entre pais e filhos é evitar repetir padrões no momento do nervosismo remetendo a comportamentos aprendidos no passado, ou seja, é preciso repensar sobre melhores estratégias, buscando o autoconhecimento para agir da maneira correta, compreendendo primeiro a si mesmo para então compreender o outro.

Normalmente, os pais autoritários gritam, falam sem pensar, impõem regras de última hora, não deixam a criança participar ou interagir, não ouvem a criança.

Eu, por exemplo, já me vi em situações assim, onde acabei agindo por impulso, remetendo ao que aprendi no passado. Mas ao mesmo tempo, tive a consciência de que algo estava errado comigo e assim, procurei acolher e compreender essa situação para ressignificar de outra forma.

Existem ainda, os pais ausentes que não dedicam tempo aos filhos, muitas vezes estão presentes fisicamente, mas não estão presentes na educação dos filhos ou oferecem muitos presentes ou recompensas para suprir sua falta, sem nenhum vínculo.

Tudo isso, pode ocorrer por falta de conhecimento dos pais ou por não compreender que existem formas diferentes de educar. Para evitar a perda de controle, é necessário passar tranquilidade e direcionamento diante de um mau comportamento, o que pode sinalizar que algo não está bem com a criança, ou seja, observar e perceber os sinais que ela transmite.

Contudo, precisamos refletir sobre a maneira de educar os filhos e ter persistência, procurando compreender melhor sobre a disciplina positiva e a educação parental que tanto nos ensina.

Quero deixar como referência o Livro: Disciplina Positiva para educar os filhos – 52 estratégias para melhorar as habilidades de mães e pais – Jane Nelsen e Adrian Garsia – Ed. Manole. Uma valiosa ferramenta para ajudar os pais a lidarem com os desafios da educação dos filhos em seu dia a dia.

Vamos a alguns exemplos:

Antes de corrigir o comportamento do meu filho, eu preciso me conectar com ele e dizer:

“Eu sei que você queria muito algo, mas hoje eu não posso comprar. Vamos juntar o dinheiro da sua mesada para comprar em outro momento?”

“Eu sei que suas notas não foram suficientes. Como eu posso lhe ajudar a melhorar essas notas?”

“O seu quarto está muito bagunçado, vamos juntos organizar? É assim que a mamãe faz, será que você consegue fazer igual?”

Buscar sempre repetir os comandos e instruções, ou seja, treinar a criança como fazer algo e procurar valorizar os seus feitos, com elogios, reconhecimentos.

Quanto mais leves e positivos forem os ensinamentos transmitidos ao seu filho, mais conectado com aquilo que você acredita ele estará, respeitando os seus valores e formando uma consciência não somente sobre “TER” mas sobre “SER” alguém que faz a diferença na vida de outras pessoas, sem autoritarismo, com mais empatia.

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Luciana Cabral
CMO – Academia do Aprender
Mãe, empreendedora, administradora.
Crio conteúdos e compartilho experiências sobre educação.
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