Para compreender a educação no Brasil, faz-se necessário entender e estudar seus principais pensadores quanto a sua concepção sobre a didática e a aprendizagem. Iniciaremos nossa análise com Paulo Freire, seguindo por Dermeval Saviani e concluindo com Mizukami, identificando as tendências pedagógicas no Brasil.
SEGUNDO PAULO FREIRE
Segundo Paulo Freire, a didática é fundamentada no diálogo como técnica de ensino, que tem uma ação previamente planejada, com objetivos bem definidos e embasamento teórico e político com uma ideologia clara e precisa, para o empoderamento dos(as) licenciandos(as) desde o início de sua formação enquanto professores(as).
Para isso, fazem-se fundantes, na práxis didática dos(as) professores(as) formadores(as) e dos(as) licenciandos(as), ações e experiências formativas que lhes possibilitem refletir, analisar, questionar, dialogar, planejar, agir, realizar e avaliar os processos de ensino-aprendizagem por meio da construção coletiva e colaborativa do conhecimento.
Para Freire, a educação é o processo constante de criação do conhecimento e de busca da transformação-reinvenção da realidade pela ação-reflexão humana. Segundo Freire, há duas espécies gerais de educação: a educação dominadora e a educação libertadora.
Ele ainda vê a educação como ferramenta para emancipação individual e social e avalia que todo processo educacional deve partir da realidade do próprio aluno. Também valoriza a horizontalidade, ou seja, a possibilidade não só de estudantes aprenderem com professores, mas também o contrário. Uma das fortes tendências pedagógicas no Brasil.
SEGUNDO DERMEVAL SAVIANI
Segundo ele, a didática neste processo é entendida como direcionamento da aprendizagem, considerando o aluno como sujeito. O método didático correspondente a esta tendência pedagógica é o da Pesquisa ou da Descoberta, que possui “caráter pseudocientífico”, porque confunde ciência com ensino.
Dermeval Saviani é o idealizador da teoria pedagógica por ele denominada Pedagogia Histórico-Crítica. Em sua teoria, em contraponto ao modelo conteudista de ensino, defende o acesso ao conhecimento sistematizado e sua compreensão por parte do estudante como instrumento de reflexão e transformação da sociedade.
Ainda segundo Saviani, o ensino significa produzir o saber, fazer com que aqueles que fazem parte do processo consigam absorver os conteúdos e transformar o meio onde vivem em um local com igualdade de oportunidades. Esta abordagem também se evidencia como uma das fortes tendências pedagógicas no Brasil.
E SEGUNDO MIZUKAMI
Mizukami buscou caracterizar o cotidiano didático-pedagógico do professor por meio de cinco abordagens, as quais são: abordagem tradicional, abordagem comportamentalista, abordagem humanista, abordagem cognitivista e abordagem sócio-cultural.
Na abordagem tradicional, caracterizada por ser muito rígida e centrada no professor, o educador serve para instruir, transmitir conteúdos, sendo que cabe ao aluno, gravar, organizar e reproduzir , não desenvolvendo a crítica do indivíduo, o aluno é um mero receptor de conhecimento.
O movimento comportamentalista, o principal objetivo do método de ensino comportamental é modificar comportamentos que possam ser prejudiciais e promover a aquisição de novos, positivos para o aluno e a sociedade em geral.
Na abordagem humanista, existe uma proposta terapêutica não-diretiva e centrada na pessoa. Parte-se do pressuposto que é o indivíduo que possui a responsabilidade pela condução e pelo sucesso do tratamento. O humanismo é considerado como uma abordagem otimista.
A abordagem cognitivista traz uma nova maneira de interpretar a educação. Ela tem como característica segundo Mizukami “estudar cientificamente a aprendizagem como sendo mais que um produto do ambiente, das pessoas, ou fatores que são externos ao aluno”.
Esta abordagem é caracterizada por uma tendência interacionista entre sujeito-objeto, o homem é o sujeito da educação e criador do conhecimento, um indivíduo que cria e recria sua própria história.
Para Mizukami “o conhecimento é elaborado e criado a partir do mútuo condicionamento, pensamento e prática”.
Bem, essas são as visões de renomados pensadores sobre as tendências pedagógicas no Brasil.
Na Academia do Aprender nós buscamos unir esses conceitos, estimulando os estudantes a aprender mais e melhor, através de uma aprendizagem significativa.
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Há algum tempo tenho estudado sobre diversos assuntos relacionados à educação, por isso, quero recomendar um novo tema pra você acompanhar em nosso Blog: Os desafios da educação.
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Forte abraço e até o próximo conteúdo.
Sobre o autor:
Benício Filho – Formado em eletrônica, graduado em Teologia pela PUC SP, com MBA pela FGV em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios, pós-graduado em Vendas pelo Instituto Venda Mais, Mestrando pela Universidade Metodista de São Paulo na área de Educação e pós-graduado em Psicanálise pelo Instituto Kadmon de Psicanálise. Atualmente também está concluindo o curso de bacharelado em Filosofia pela universidade Salesiana Dom Bosco. Atua no mercado de tecnologia desde 1998. Fundador do Grupo Ravel de Tecnologia, Cofundador dá Palestras & Conteúdo, Sócio da Core Angels (Fundo de Investimento Internacional para Startups), sócio fundador da Agência Incandescente, sócio fundador do Conexão Europa e da Atlantic Hub (Empresa de Internacionalização de Negócios em Portugal), atua também como Mentor e Investidor Anjo de inúmeras Startups (onde possui cerca de 30 Startups em seu Portfólio), além de participar de programas de aceleração como SEBRAE Capital Empreendedor, SEBRAE Like a Boss, Inovativa (Governo Federal) entre outros. Palestrando desde 2016 sobre temas como Cultura de Inovação, Cultura de Startups, Liderança, Empreendedorismo, Vendas, Espiritualidade e Essência, já esteve presente em mais de 230 eventos (número atualizado em dezembro de 2020). É conselheiro do ITESCS (Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul), bem como em outras empresas e associações. Lançou em dezembro de 2019 o seu primeiro livro “Vidas Ressignificadas” e em dezembro de 2020 “Do Caos ao Recomeço”.