Os gêneros digitais: A sala de aula deve sempre representar um espaço de inclusão. Partindo deste ponto, quais seriam os limites para esta inclusão?
Quando falamos de inclusão sobre o viés do gênero ou ainda das questões físicas que nos tornam especiais e únicos, já deveríamos há tempos ter superado tudo que é preconceito a este respeito.
Mas quando nos debruçamos sobre a questão do melhor aproveitamento dos conteúdos disponibilizados em sala de aula pelos professores, acredito sinceramente que não deveriam existir limites para esta inclusão.
Ter acesso à internet e a partir dela em tempo real introduzir novos conteúdos disponíveis na rede já seria uma boa forma de inclusão.
Ou seja, quando estamos em contato com o digital, temos a possibilidade de “consumir “conteúdo da forma que é para cada um de nós mais interessante.
Lembro de certa vez que solicitei aos meus alunos de pós-graduação que fizessem naquele momento uma pesquisa sobre um determinado tema.
A resposta dos alunos foi incrivelmente diferente. Dos mais de 20 alunos em sala de aula, pelo menos dez deles trouxeram diferentes abordagens a partir do material que naquele momento buscaram.
Tendo aberto a busca do material na internet, abri uma discussão com os alunos aproveitando os diversos pontos de vista por eles alcançados. Assim, nesta discussão, acabamos aprofundando infinitamente mais o estudo.
Contudo, quando a troca entre professor e aluno tem no digital um aliado, temos a incrível possibilidade de gerar engajamento, uma vez que a tecnologia hoje faz parte do cotidiano dos alunos e desta forma, mostramos a eles que estamos em sintonia com seu mundo.
MESMO NA EDUCAÇÃO INFANTIL O DIGITAL TEM SEU LUGAR AO SOL
Se na educação de adultos o digital renova a abordagem gerando engajamento entre mestres e alunos, na educação infantil a aderência ao aluno é ainda mais sensível e notadamente mais forte.
Assim, os chamados nativos digitais, geração que hoje está em sua infância e adentrando os quadros das escolas, já nasceu inserido em um contexto que não faz sentido para eles uma escola que não os mantenha conectados ao digital.
Não estou aqui falando de fechar os olhos ao abuso que muitas crianças têm sido expostas pelo distanciamento dos pais ao digital.
Vejo algumas crianças que nem conseguem sequer fazer uma refeição do dia a dia sem que estejam com seu dispositivo tecnológico que os conecte a “MATRIZ”.
Uma coisa não substitui a outra. Somos seres humanos e nossa humanidade tem raízes no relacionamento e na capacidade de conexão entre nossos iguais que desenvolvemos ao longo dos séculos.
Se perdermos nossa relação com o outro, deixamos de sermos pessoas humanas.
Mas negar a importância de utilizar estes dispositivos para o aprofundamento e melhor atração dos alunos seria por parte da escola uma negação à realidade do mundo dos gêneros digitais.
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GÊNEROS DIGITAIS: INCLUINDO ALUNOS E PROFESSORES
Desafios virtuais, discussões em fóruns fechados ou abertos, estudos a partir de conteúdos aderentes à realidade dos jovens ou adultos no contexto digital.
Estes são apenas alguns exemplos de como a tecnologia pode ser uma das ferramentas do ensino.
Nesse sentido, acredito que mesmo um simples powerpoint ou a solicitação de um conteúdo em um editor de texto pode gerar aprendizado e novas experiências.
Bem, não posso deixar de refletir que todo o engajamento do digital precisa estar aliado ao treinamento dos professores e a disponibilidade dos recursos tecnológicos tanto para os professores como para os alunos.
Vivemos a era da tecnologia e para isso governos e instituições precisam algumas delas se libertar da idade das trevas. Tecnologia não combina com preconceitos ou ideologias. A inclusão deve ser agregadora e provocadora.
Desta forma, partir da experiência prática com o uso da tecnologia é o primeiro passo para interação de gêneros digitais.
Enfim, ninguém discute um tema com o recurso da web em sala de aula sem antes saber exatamente o porquê esse recurso faz parte da vida dos alunos.
SOBRE O AUTOR
Formado em eletrônica, graduado em Teologia pela PUC-SP, com MBA pela FGV em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios, pós-graduado em Vendas pelo Instituto Venda Mais, Mestrando pela Universidade Metodista de São Paulo na área de Educação e pós-graduado em Psicanálise pelo Instituto Kadmon de Psicanálise. Atualmente está em processo de conclusão do curso de bacharelado em Filosofia pela universidade Salesiana Dom Bosco.
Atua no mercado de tecnologia desde 1998. Fundador do Grupo Ravel de Tecnologia, Cofundador da Palestras & Conteúdo, sócio da Core Angels (Fundo de Investimento Internacional para Startups), sócio-fundador da Agência Incandescente, sócio-fundador do Conexão Europa e da Atlantic Hub (Empresa de Internacionalização de Negócios em Portugal).
Atua também como Mentor e Investidor Anjo de inúmeras Startups (onde possui cerca de 30 Startups em seu Portfólio).
Além de participar de programas de aceleração, como SEBRAE Capital Empreendedor, SEBRAE Like a Boss, Inovativa (Governo Federal) entre outros.
Palestrando desde 2016 sobre temas, como: Cultura de Inovação, Cultura de Startups, Liderança, Empreendedorismo, Vendas, Espiritualidade e Essência. Já esteve presente em mais de 230 eventos (número atualizado em dezembro de 2020).
É conselheiro do ITESCS (Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul), bem como em outras empresas e associações. Lançou em dezembro de 2019 o seu primeiro livro “Vidas Ressignificadas” e em dezembro de 2020 “Do Caos ao Recomeço”.