Enquanto brasileiros, adoramos depositar nossos sonhos e desejos em líderes que não corresponderam a tudo e não realizam a mudança no país que sempre desejamos.
Tenho pouco mais de quarenta anos e posso afirmar que já presenciei grandes movimentos nacionais onde invariavelmente nossa nação estava em busca de um messias.
Bem, eles da forma que imaginamos e desejamos simplesmente não existem. Apenas fechando este ponto para entrarmos no tema do texto – a Gestão Democrática da Escola, eles os messias que levamos ao poder são na verdade o que chamamos na teologia de falsos profetas.
Deturpam a realidade ofuscando a verdade. Mas será que é possível construirmos mudanças sem que tenhamos um messias à frente do que realmente precisamos mudar?
MINHA EXPERIÊNCIA COM A GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA
Eu tinha pouco mais de vinte anos e morava na cidade mais violenta do Brasil naqueles tempos. Diadema no ABC paulista ostentou durante bons anos o título de lugar mais violento do mundo.
Matava-se por tudo. Drogas, roubos, brigas enfim tudo levava a óbito jovens pobres em sua maioria negros.
Uma escola em uma das zonas de maior violência, tinha em sua direção uma mulher que sabia o que era liderar em uma guerra.
Na escola, logo que chegou, convocou os pais para fazerem parte de um conselho. Bem, até aqui nada de novo, afinal as Associações de Pais e Mestres são mais antigas do que minha existência.
Mas, o que realmente ela inovou foi construir sua Gestão Democrática da escola. Os alunos eram convidados a participar e como havia acabado de chegar à escola, muitos pais, mesmo que por curiosidade começaram a ir aos encontros.
As reuniões eram quinzenais e ocorriam inicialmente em salas de aula, mas logo pelo número de participantes foi necessário utilizar a quadra.
CADA PASSO DADO, UMA NOVA MUDANÇA ACONTECE
Claro que nossa diretora poderia ter ficado em seu bunker administrativo burocrático e não se importar com a realidade. Burocratas são os seres mais existentes em nossas instituições.
Mas, ela queria mesmo mudar a realidade daquele local. Logo que chegou, convocou os professores e expôs seus planos. Mesmo tendo muitas pressões negativas, foi perseverante e em menos de um mês a frente da escola iniciou os encontros com os pais e alunos.
Destes encontros, nasceram as iniciativas que formariam a estrutura da escola, mudariam o acesso dos alunos à escola, uma vez que ela já no segundo mês nunca mais fechou, ficando aberta de domingo a domingo.
Seu envolvimento com a comunidade foi muito além dos alunos. Igrejas próximas, associações, comerciais e a secretaria de ensino endossam suas ações e ajudavam naquilo que era possível.
Os pais, tornaram-se propagadores dos aprendizados e experiências. Em pouco mais de dois anos, esta escola da periferia de Diadema detinha as melhores notas de avaliação da região.
Seus alunos tinham orgulho e não aceitavam que alguém degradasse sua estrutura ou mesmo falassem algo ruim.
Professores começaram a entender que ensinar não está ligado apenas ao conteúdo obrigatório mas sim a formação de caráter a partir da experiência e do exemplo. Tudo a partir de uma Gestão democrática da escola.
Esses exemplos são essenciais para a construção de uma sociedade mais inteligente.
Em uma Gestão Democrática, a teoria é fundamental, mas a transformação acontece com o envolvimento: primeiro pessoal do líder, depois da sua capacidade de agregar e direcionar para os propósitos estabelecidos.
Leia também este artigo: Educação e federalismo no Brasil, outro tema importante para refletirmos.
Em uma das empresas na qual sou sócio junto com a Flávia Bosi, a Academia do Aprender, buscamos transformar o processo de ensino-aprendizagem como algo inclusivo e também possível para todos, sejam alunos, professores, escola, famílias e comunidade. Você, é meu convidado a entender um pouco mais sobre a nossa proposta.
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Forte abraço e até o próximo conteúdo.
Sobre o autor,
Benício Filho – Formado em eletrônica, graduado em Teologia pela PUC SP, com MBA pela FGV em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios, pós-graduado em Vendas pelo Instituto Venda Mais, Mestrando pela Universidade Metodista de São Paulo na área de Educação e pós-graduado em Psicanálise pelo Instituto Kadmon de Psicanálise. Atualmente também está concluindo o curso de bacharelado em Filosofia pela universidade Salesiana Dom Bosco. Atua no mercado de tecnologia desde 1998. Fundador do Grupo Ravel de Tecnologia, Cofundador dá Palestras & Conteúdo, Sócio da Core Angels (Fundo de Investimento Internacional para Startups), sócio fundador da Agência Incandescente, sócio fundador do Conexão Europa e da Atlantic Hub (Empresa de Internacionalização de Negócios em Portugal), atua também como Mentor e Investidor Anjo de inúmeras Startups (onde possui cerca de 30 Startups em seu Portfólio), além de participar de programas de aceleração como SEBRAE Capital Empreendedor, SEBRAE Like a Boss, Inovativa (Governo Federal) entre outros. Palestrando desde 2016 sobre temas como Cultura de Inovação, Cultura de Startups, Liderança, Empreendedorismo, Vendas, Espiritualidade e Essência, já esteve presente em mais de 230 eventos (número atualizado em dezembro de 2020). É conselheiro do ITESCS (Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul), bem como em outras empresas e associações. Lançou em dezembro de 2019 o seu primeiro livro “Vidas Ressignificadas” e em dezembro de 2020 “Do Caos ao Recomeço”.