O que não é cuidado é esquecido. O resultado observável atual da educação no Brasil é empiricamente a precarização da educação no país visível na rede física, nos equipamentos, nas condições de trabalho e salários dos profissionais da educação, nas teorias pedagógicas de ensino e aprendizagem, nos currículos e na avaliação dos resultados.
A PRECARIZAÇÃO DO ENSINO NO PAÍS
A educação nunca foi em nosso país algo levada a sério. Começando pelo fato de sermos um dos últimos países do mundo a construir um plano nacional de educação.
Ou seja, aquilo que não é prioridade é esquecido. Professor Saviani ao longo da sua vida foi um defensor da educação pública e neste presente texto, gostaria de refletir sobre a equação apresentada por ele.
FILANTROPIA + PROTELAÇÃO + FRAGMENTAÇÃO + IMPROVISAÇÃO = PRECARIZAÇÃO GERAL DO ENSINO NO PAÍS.
FILANTROPIA
Não reside em si um problema termos no sistema agentes filantrópicos auxiliando e educando. Porém, não se pode negar que o papel da educação é do Estado.
O que assistimos hoje no Brasil é a disseminação de ações que geram a responsabilidade na sociedade em relação à educação ficando claro para quem está alerta que na grande verdade o que o Estado faz é delegar a responsabilidade da atribuição que é dele.
Claro que a sociedade deve estar presente. Ou seja, não faz sentido nos ausentarmos da educação sendo a família a primeira instância do educar. Esse é um dos pilares que a Academia do Aprender propõe, unindo estudante, escola, família e sociedade.
O que realmente devemos refletir é por que o Estado delega em um espaço que deveria ser dele?
O que afinal está por trás disso?
PROTELAÇÃO
Sistematicamente o Estado tem protelado inúmeras metas na educação que deveriam ser seu principal objetivo.
Erradicar o analfabetismo, por exemplo, não é sua prioridade. Por que educar uma população que em sua grande maioria é analfabeta funcional?
Como é mais tranquilo levar a cabo o que interessa a um pequeno em detrimento da maioria uma vez que quem vota e elege mal entende o que está fazendo?
Enquanto não lutarmos pelo que é nosso por direito, continuaremos perpetuando a miséria e a ignorância.
FRAGMENTAÇÃO
Quando muitos são os responsáveis, ninguém é dono. Esse é o lema de qualquer ação a onde não existe um responsável.
Não podemos mais ser iludidos. O movimento de dividir a responsabilidade em relação à educação entre estados, municípios, instituições, igrejas etc, nada mais tem como objetivo fragmentar suas ações.
Vejo que há muitos anos em instituições que já trabalhei que no Brasil não faltam recursos. Assim, falta sim articulação entre os agentes.
Com isso, gastamos muito e gastamos mal os recursos. Enquanto não houver uma coordenação do Estado, continuaremos sem uma ação orquestrada.
IMPROVISAÇÃO
O governo do Brasil é doutorado em ações no improviso. No final da noite ou nos últimos momentos nas instâncias que tomam as decisões, projetos são mudados e interesses são impostos.
Tudo é mais importante do que os interesses reais de quem precisa de educação.
Desde o regime militar temos tudo na educação menos uma política nacional educacional. Assim, qual é o resultado do que vimos na educação? Bem, a fórmula abaixo do professor Saviani, explica.
FILANTROPIA + PROTELAÇÃO + FRAGMENTAÇÃO + IMPROVISAÇÃO = PRECARIZAÇÃO GERAL DO ENSINO NO PAÍS.
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Sobre o autor:
Benício Filho
Formado em eletrônica, graduado em Teologia pela PUC-SP, com MBA pela FGV em Gestão Estratégica e Econômica de Negócios, pós-graduado em Vendas pelo Instituto Venda Mais, Mestrando pela Universidade Metodista de São Paulo na área de Educação e pós-graduado em Psicanálise pelo Instituto Kadmon de Psicanálise. Atualmente está em processo de conclusão do curso de bacharelado em Filosofia pela universidade Salesiana Dom Bosco.
Atua no mercado de tecnologia desde 1998. Fundador do Grupo Ravel de Tecnologia, Cofundador da Palestras & Conteúdo, sócio da Core Angels (Fundo de Investimento Internacional para Startups), sócio-fundador da Agência Incandescente, sócio-fundador do Conexão Europa e da Atlantic Hub (Empresa de Internacionalização de Negócios em Portugal).
Palestrando desde 2016 sobre temas, como: Cultura de Inovação, Cultura de Startups, Liderança, Empreendedorismo, Vendas, Espiritualidade e Essência. Já esteve presente em mais de 230 eventos (número atualizado em dezembro de 2020). É conselheiro do ITESCS (Instituto de Tecnologia de São Caetano do Sul), bem como em outras empresas e associações. Lançou em dezembro de 2019 o seu primeiro livro “Vidas Ressignificadas” e em dezembro de 2020 “Do Caos ao Recomeço”.